Me lembro como se fosse ontem: eu era jovem e bonito, saia pelas noites em busca de aventuras e me exibia como se fosse um grande troféu. Espezinhei corações, magoei sentimentos tudo em nome de uma ânsia de satisfazer os desejos da minha vaidade.
Fiz muita gente chorar e, de certo modo, não me importava mesmo com a dor alheia. Apenas queria me sentir o maioral.
Mas o tempo passou, a luz do meu palco de ilusões se apagou e quando a solidão bateu em minha porta não tinha mais ninguém para me amparar. Os amigos de farra sumiram como num passe de mágica, as jovens lindas foram substituídas por uma amarga e indesejável tragada de uma bebida barata.
Daquele ser esnobe e insensível restara apenas um homem triste e solitário.
Não consigo nem descrever a dor que sentia dentro de mim e o vazio que me castigava por dentro. Chorei, chorei como uma criança perdida em meio a multidão.
Por isso, voltei hoje aqui para mostrar para vocês a importância do verdadeiro amor e que a vaidade de querer ser o melhor que os outros é uma grande estupidez.
Não pisem nos corações, pois só quem é pisado sabe a dor de ser maltratado. Não enganem para simplesmente obter vantagens pessoais. Lembrem-se que uma mentira pode ferir. Enfim, antes de agir por mera vaidade coloquem-se por um instante no lugar do outro.
Não façam e não vivam como eu vivi, para depois não terminarem seus dias como eu: triste e solitário.
Pois não há nada mais triste do que uma mesa vazia, não há dor pior do que a indiferença. Se eu pudesse eu voltava ao meu passado e pedia perdão para todas as pessoas que feri. Mas não posso.
Por isso, voltei aqui para mostrar que no fundo somos uma grande família e que precisamos, sim, uns dos outros. Não somos ilhas.
Eu ainda hei de voltar a essa Terra tão amada e, certamente, viverei respeitando e amando a todos aqueles que cruzarem meu caminho. Pois aprendi na própria pele que o amor é a razão do nosso existir!
Carlinhos de Aruanda
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