domingo, 6 de agosto de 2017

Soneto de uma escultura.

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Estava eu ali, passando por eles 
e eles por mim.
Ao fundo, o Pão de Açúcar a emoldurar a bela paisagem.
E eu estava ali, parado e eles passando por mim.
Para onde eles iam não sabia.
Mas sabia que cada um carregava dentro da alma uma dor, uma alegria, um sonho, uma tristeza, uma decepção.
E eu continuava ali, sentado, sentindo a brisa do mar a tocar-me a face. 
Quantos rostos desconhecidos a passar por mim. Quantas esperanças guardadas, quantos amores ocultos, quantas lágrimas contidas.
Quanta gente, meu Deus, a passar por mim sem ao menis me notar. Quantos dramas pessoais, que me tocam o coração.
Escultura também tem coração, você não sabia? Mas tem, ainda mais de quem tem a alma de poeta.
E eles continuavam a passar por mim e eu por eles. E o dia nascia e morria quando a noite chegava deixando a cidade carioca mais bonita.
E eu estava ali e ainda estou a acompanhar os sorrisos e as lágrimas de uma gente que no fundo só quer ser feliz!

Carlinhos de Aruanda

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