Só quem já passou por privações sabe bem o valor exato das coisas.
Digo isto, porque, tem muita gente por ai que se gaba de ser espiritualista e que faz apologia á pobreza. Vive a combater sistematicamente os bens materiais alegando que eles não entram no reino do céu.
Acontece, porém, que estamos aqui na matéria e sem dinheiro fica difícil de viver nesse mundo.
Concordo, sim, que o ter nem sempre é sinônimo de felicidade; no entanto, a falta de recursos torna a vida um tanto complicada.
Prefiro dizer que os bens materiais são indispensáveis. Contudo, não imprescindíveis.
Além do mais, aprender a lidar com o material é muito importante para as aquisições espirituais. Caso não o fosse não estaríamos aqui. Não é verdade?
E, também, não é verdade de que não levamos nada daqui para o além. Podemos até não levar os bens materiais, pois "o que é pó ao pó retornará". No entanto, levamos, sim, para o mundo espiritual a experiência que vivenciamos ao lidar com à matéria.
O homem rico, certamente, não irá levar seu dinheiro para o céu; mas, indiscutivelmente, levará para o outro plano a habilidade em lidar com a riqueza. Pois, obrigatoriamente, para se conquistar os bens materiais é preciso desenvolver talentos, os quais, levamos conosco para toda a eternidade.
Toda luta para adquirir os bens materiais é sempre justa e saudável. Aliás, o próprio plano espiritual não passa de matéria rarefeita onde as lutas humanas continuam.
Certamente que a moeda de giro não é a mesma que usamos em nosso mundo; todavia, existem outros valores que facilitam as relações entre seus habitantes. Valores, estes, que exigem esforço para adquiri-los.
Só mesmo quem ainda não compreendeu que o universo criado por Deus é baseado no regime de trocas justas onde impera a lei da procura e da oferta pode acreditar que o rico não entra no reino do céu!
Carlinhos de Aruanda
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