quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O rato que roubou meu real.


Pedrinho era um menino esperto e muito trabalhador. Todo dia, bem cedinho, ele pegava sua caixa de engraxar sapato e saia contente para ganhar o seu sagrado dinheirinho.
Como era alegre e simpático conquistava muitos fregueses e com isso aumentava seu ganho.
Pedrinho era um garoto muito feliz. Só tinha um problema: a sua madrasta.
Dona Matilde era uma mulher gananciosa e muito interesseira. Não podia ver uma moeda jogada pelo canto da casa que já colocava no bolso. Não queria nem saber de quem era.
O menino mal chegava da rua e ela já ia lhe perguntando:
-Quanto você fez hoje, seu moleque?
Pedrinho tentava desconversar para não dizer o quanto tinha faturado. Porém, dona Matilde, astuta como era, revistava os bolsos e a carteira do menino até encontrar uma moedinha que fosse.
Com o tempo ele começou a esconder o pouco que lhe sobrava. Mas sua sua madrasta acabava sempre descobrindo seu esconderijo.
Desolado e triste por não conseguir juntar seu dinheirinho, Pedrinho não sabia mais o que fazer para guardar o que ganhava com o engraxamento dos sapatos. Se guardasse o dinheiro em sua gaveta de roupas ela vasculhava até achá-lo. Na verdade, ela remexia em tudo que era dele. 
Porém, certo dia, quando andava cabisbaixo pela rua Pedrinho teve uma grande ideia: guardaria seu dinheirinho dentro de suas meias. E foi o que fez.
Todo dia, antes de entrar em casa, ele pegava duas moedas, cada uma de um real, colocava dentro de suas meias e depois as socava dentro do sapato. Problema resolvido.
Dona Matilde, apesar de sua esperteza, não desconfiava nem um pouco da artimanha do enteado. Mal sabia ela que ele estava guardando seu dinheiro dentro das meias. 
Feliz por conseguir juntar seu sagrado dinheirinho Pedrinho dormia com os anjos.
Mas como nem tudo é festa; certa manhã ele acordou animado e foi rapidinho procurar as moedas que tinha colocado nas meias. Levou um grande susto.
Procurou por todos os cantos do quarto para ver se encontrava as suas moedinhas. Nada encontrou.
Ficou a pensar no que podia ter ocorrido para que suas meias desaparecessem como num passe de mágica. Foi quando viu um pequeno ratinho passar por entre suas pernas.
-Ah! Então foi isso -disse em voz alta.
O fato foi que o danado do ratinho levou suas meias. Também pudera, com o cheirinho de chulé ele pensou que fosse queijo.
Na hora ficou com raiva. E o pior é que nem podia contar para ninguém senão descobririam seu esconderijo.
Procurou mais uma vez por debaixo da cama e como não encontrou nada decidiu deixar para lá. De repente se deu conta do que tinha ocorrido com ele. Não conseguiu conter o riso e desatou uma gostosa gargalhada.
Se não bastasse a ganância de sua madrasta agora tinha que aguentar as travessuras de um ratinho ladrão!

Carlinhos Lima

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