Continuação do capítulo "A história de Carmem Lucia"
A visão de Flavio aos beijos com uma desconhecida não lhe saia da mente. Subiu o mais alto que pôde no penhasco e depois se atirou para os braços da morte.
-Suicída! Suicída! -vozes a acusavam enquanto aos frangalhos se arrastava pelo chão. Nada mais lembrava aquela aparência bonita que outrora ostentava. Carmem lucia chorava copiosamente e pedia perdão pelo ato impensado. Vagou por muitos anos pela densidade do umbral até que acabou sendo socorrida.
Levada para um posto de socorro, permaneceu um bom tempo por lá. Assim que sentiu-se melhor, pediu permisão para encontrar seus entes queridos. Porém, seu pedido foi negado.
-Dê tempo ao tempo, minha amiga. Quando você estiver melhor, naturalmente, terá notícias dos seus parentes e amigos. -disse-lhe, Antônio.
-Eu já estou bem e não suporto mais a saudade das pessoas que deixei na Terra. Principalmente...
Antônio lia os pensamentos dela e sabia quais eram suas reais intenções. Mesmo passando pelo o que passou, Carmem Lucia ainda estava presa ao apego e, provavelmente, voltaria a procurar o paradeiro de Flavio.
Inconformada com a decisão do mentor do posto de socorro, Carmem Lucia tornou-se rebelde e com isso acabou baixando sua frequência vibratória. De imediato foi arrastada pela força da energia para sua antiga morada.
Tudo estava mudado. Sua casa já não era a mesma e também não encontrou seus familiares. Caminhando pela cozinha daquele lar que lhe era tão estranho, deparou-se com um calendário que estava dependurado na parede. Levou um susto quando viu a data: 2010. Quantos anos tinham se passado?! Lágrimas desceram de seus olhos e uma imensa tristeza lhe invadiu a alma. Onde estão todos? Onde está .....
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