segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Continuação do livro "Coração Rebelde.

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"Continuação do livro "Coração Rebelde"
Por Carlos Lima.

Carlos estava feliz com a situação. Gostava de estar com alguém e também da troca afetiva entre duas pessoas. Aliás, era bem assim que ele concebia o amor, ou seja, uma troca de afeto entre duas pessoas que se gostam.
Entretanto, Paula ainda presa a ilusão do apego, se deixava enveredar pelo caminho da possessividade. Ela não via o amor como uma troca, mas como uma obrigação. Orgulhosa e carente, exigia ser amada sem dar nada em troca.
Paula chegou em casa às 8:00 hs. da noite. Sua mãe ao vê-la perguntou-lhe onde estava e com quem estava. Ao saber que a filha estivera a tarde todo com um rapaz, Dona Helena zangou-se e arrepreendeu. Não queria que a filha saísse com estranhos.
-Mãe -respondeu Paula meio nervosa- estava sim com um rapaz do qual estou gostando. Eu também tenho o direito de namorar, a senhora não acha?
Dona Helena calou-se. Não queria contrariar a filha. Apesar de Paula ser uma mulher adulta, a mãe conhecia bem sua insegurança e seus desequilíbrios emocionais.
Embora já estivesse com seus trinta anos, Paula ainda era muito imatura em relação a vida amorosa. Além de ter sido mimada pela mãe, não se esforçara no sentido de crescer afetivamente. Paula sempre fora uma mulher bonita e atraente, só muito infantil quando o assunto era amor.
Em casa Paula vivia a maior parte do tempo calada e quando Eloisa, sua irmã, tentava animá-la para sair e conhecer pessoas diferentes, ela explodia e dizia que ninguém tinha nada a ver com a vida dela ou coisa pior.
Era sábado a tarde quando a campanhia da casa de Eloisa tocou. Era Paula que viera lhe contar as novidades.
-Oi, Eloisa, tudo bem?
Eloisa convidou a entrar. Serviu-lhe um gostoso café que acabara de fazer. Sem muita cerimônia Paula foi logo contando as boas novas:
-Não sei se a mãe te contou Eloisa, mas arrumei um namorado.
-Que bom, Paula! E como ele é? -perguntou em tom de surpresa a irmã.
-Ele é moreno, bonito e inteligente. Um homem interessante.
Paula até sentiu vontade de contar mais coisas a respeito de Carlos. Só que seu sentimento de posse falou mais alto e o medo de sua irmã se interessar tembém por ele a fez conter as palavras.
-E você está gostando dele, Paula?
-Não sei, talvez um pouco. Sei lá.
-Como não sabe, Paula? Se você está namorando com ele é porque naturalmente gosta dele.Não é verdade?
Enquanto Eloisa conversava com a irmã, lembrava das experiências amorosas que ela já tinha vivido anteriormente. Tragédias e mais tragédias emocionais, relacionamentos complicados e muita lágrimas. Embora se esforçasse para se entusiasmar com as novidades da irmã, não conseguia esquecer os seus fracassos amorosos.
-Desejo-lhe sorte, Paula. Um novo amor sempre faz bem ao coração. Quem sabe você não consiga ser feliz com esse rapaz?
Paula até ouvia as palavras da irmã. Mas por dentro tinha outros planos para ela e Carlos. Dessa vez não deixaria seu relacionamento acabar como os outros acabaram. Agarraria Carlos com unhas e dentes e seria feliz com ele custasse o que custasse.
Entre um gole e outro de café, as irmãs entretidas com a conversa não se devam conta de que uma sombra a estreita insulflava ainda mais o sentimento de posse que se apoderava cada vez mais no coração de Paula.

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