segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

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Continuação do capítulo "Nada é por acaso"
Por Carlinhos de Aruanda.

Assim que Joana saiu, uma jovem bonita se aproximou e cumprimentou a pomba gira.
-Seja bem vinda, minha filha, me conta o que te trás aqui.
A jovem sorriu timidamente e disse:
-Todo mundo diz que sou uma mulher bonita, atraente e chamativa. Só que não entendo porque não consigo arrumar um namorado fixo que goste de mim de verdade. Só me aparece homem aventureiro que só pensa em ficar ou homem casado. É isso que me trouxe aqui, Padilha. Não aguento mais ficar sozinha.
Padilha deu uma tragada no cigarro e falou em seguida:
-Olha, meu amor, você atrai aquilo que acredita merecer. Um lado seu quer, mas um outro lado não acredita que você merece ser amada. Se você não acredita que o amor é pra você, não adianta desejar que ele não acontece. Primeiro você precisa acreditar que o amor é pra você, que você é digna de ser amada e que não falta homem no mercado. Aliás, essas crenças que falta homem, que homem não presta são crenças que você incorporou de alguém do seu convívio. Provavelmente, de alguma mulher que teve muito problema na vida amorosa. Consegue identificar quem seja?
Maria Eduarda lembrou-se de imediato da mãe. Várias vezes ouviu ela dizer que homem não presta, que amor é ilusão, que homem só quer sexo e que é melhor ficar sozinha do que mal acompanhada.
=É minha mãe que acredita nessas coisas e que vive falando pelos cantos da casa as suas decepções amorosas.
-Você precisa entender, Maria Eduarda, que você não veio a esse mundo pra viver a vida dos outros e que você não é responsável pela vida de ninguém. Sentir amor pela mãe é uma coisa, mas incorporar o que ela pensa e acredita é outra. Não é porque não deu certo pra ela que não vai dar certo pra você. O problema é que você assume a vida dela como se fosse a sua. Literalmente, você incorpora a energia dela. Claro que sua baixa estima contribui também. Porém, nem tudo que está dentro de você é coisa sua.
-Entendi, Padilha. Vou tomar mais cuidado com isso. Pois faz muito sentido o que você acabou de me dizer. Geralmente, quando me empolgo pra sair e arrumar alguém, do nada me dá um mal estar. Quando me dou conta, tô metendo pau na coisa que mais quero. Você está certa, Padilha.
-A maioria das pessoas acredita que só se incorpora espírito. Mas isso não é verdade. Além de espírito, também pode se incorporar pensamentos, crenças e toda sorte de energia que pairam no ambiente. Tem muita mulher que não vai pra frente no amor porque está cheia de crenças negativas dos outros. Esse é o seu caso. Portanto, Maria Eduarda, fique firme no bem e acredite que o amor é pra você também. Coloque-se na posição de ser amada. E quando sentir-se acuada por essas crenças negativas, diga dentro de si com firmeza; eu não tenho nada com isso.
Maria Eduarda saiu satisfeita com os coselhos que recebera de Padilha. Dali pra frente agiria como ela recomedou. Tinha certeza que sua solidão estava com os dias contados.


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