sábado, 17 de dezembro de 2016

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O terreiro - continuação do livro "Coração rebelde"

Apesar da ansiedade de Paula, a sexta feira tão esperada tinha enfim chegado. Paula se arrumou rapidamente e sem avisar aonde ia seguiu para o terreiro no afã de conquistar o amor da sua vida.
Carmem Lucia também estava animada. Gostava de Paula e queria vê-la feliz. Não se importava com os meios que sua amiga encarnada usaria para atingir seus objetivos, podia ser magia ou macumba, o importante era vê-la novamente nos braços de Carlos.
Assim que desceu do ônimbus, caminhou por mais alguns quarteirões e chegou no endereço certo. Era uma casa simples, mas bem arejada. Antes de entrar, olhou mais uma vez para a casa e disse para si mesma:
-Vai ser nessa casa que irei conseguir o que tanto quero.
-Vai sim -completou Carmem Lucia que estava ao seu lado.
Paula respirou fundo e bateu na porta. Carmem Lucia que também estva pronta para entrar no recinto, levou um baita de um susto.
Do nada, dois homens fortes surgiram e a agarraram a força.
-Onde pensa que vai, senhora? -perguntou um deles.
Imobilizada pelos braços fortes dos homens que a seguravam, Carmem Lucia nada conseguiu dizer. Estupefada, olhava para aqueles dois bruta montes que a seguravam pelos braços. Eram altos e robustos. Pela vestimenta lembravam antigos soldados romanos.
Enquanto os homens a seguravam, uma bela mulher vestida de vermelho aproximou-se e a olhando dos pés a cabeça falou:
-Você acha que entraria em meu terreiro sem ser convidada? -feito a pergunta, Maria Padilha soltou uma longa gargalhada- se não sabe, minha senhora, tanto os terreiros como os centros espíritas, são protegidos por entidades e ninguém entra sem ser convidado. Além domais, se você chegou até aqui é porque foi mandada. Por acaso não está vendo aquela mulher que se vai ao longe?
Tremendo feito vara verde, Carmem Lucia ohou em direção para onde a mulher de vermelho apontava e avistou ao longe uma entidade que tinha um brilho que lhe ofuscava a visão.
-Aquela mulher ali é Andreia. Foi ela quem trouxe você e sua amiga encarnada até aqui. Aliás, o que vai ser de Paula não sei, vai depender da conversa que terei com ela daqui a pouquinho. Mas em relação a você vamos resolver agora -disse sorrindo a pomba gira.
Carmem Lucia não estava entendo bem o que estava acontecendo com ela. Quem eram aquelas pessoas? Quem era aquela mulher estranha com os seios quase de fora? E quem eram aqueles homens brutos vestido como romanos? Sua cabeça girava e o medo lhe travava os movimentos.
Os homens a levaram para uma sala onde haviam imagens estranhas e velas por toda parte.    
-Meu nome é Maria Padilha, sou uma pomba gira e minha missão é ajudar mulheres que sofrem e que se sentem perdidas. Não precisa ter medo, pois não lhe farei nenhum mal. Apenas vamos conversar.
Olhando com mais calma para aquela mulher que a interpelava, Carmem Lucia reparou sua estonteante beleza. Cabelos negros e cumpridos adornavam ainda mais seu belo e moldurado corpo. 
-Agora você tem que decidir, minha senhora, se vem comigo para receber tratamento e ser levada para um lugar onde poderá recomeçar sua vida ou se quer descer para as trevas. Mas na condição em que se encontra não pode mais ficar, ou seja, seu tempo como espírito obsessor se encerrou.
Carmem Lucia recordou-se da época em que vivera por longo período numa região inóspita do umbral. Carregava na intimidade a lembrança do sofrimento que passara naquela triste região. Voltar pra lá, jamais.  

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