terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Voando para o infinito" (mensagem psicografada).


Mal o avião tinha decolado e eu ainda estava com meus pensamentos chumbados em meus problemas cotidianos.
Ruminava em minha mente a última discussão que tivera com minha esposa; não suportava mais seu jeito intratável e seu ciume excessivo. A raiva corroia meu ser e entregue a revolta insana nem me dera conta de que havia algo errado naquele voo.
Um burburinho tomou conta da tripulação e um clima de desespero pairava entre os passageiros.
De súbito, o avião começou a trepidar violentamente e senti a nítida impressão de que ele estava caindo.
Em frações de segundos esqueci meus problemas domésticos e, como os demais. também entrei em desespero.
Um forte estrondo e em seguida uma estranha escuridão.
Não sei por quanto tempo permaneci inconsciente. Porém, quando recobrei à lucidez senti fortes dores pelo corpo. Intentei me levantar mas não tive forças para permanecer de pé.
Apesar de ter recuperado a consciência, ainda me sentia meio zonzo como se tivesse levado uma forte pancada na cabeça.
Sabia que estava num quarto que me lembrava as dependências de um hospital. Mas não tinha noção do que havia me ocorrido.
-Acalme-se, meu amigo - me ordenou gentilmente uma voz que não consegui identificar.
-Quem é você? Onde estou?
-A seu tempo tudo será esclarecido. Por hora, procure se acalmar e confie que tudo acabará bem.
Vagamente me lembrei do incidente no avião e sem titubear perguntei ao rapaz que ali estava me amparando:
-Eu sobrevivi a queda da aeronave?
-Decerto modo, sim. Afinal, pelo que me consta você está vivo. Talvez, não vivo como nos moldes terrenos.
Pelo tom da conversa entendi que estava morto. E agora? O que fazer diante dessa nova perspectiva?
-Aceite, meu caro amigo, é o melhor que tem a fazer. Ou melhor dizendo: não há mais nada que você possa fazer a não ser aceitar sua nova condição e tocar sua vida da melhor forma possível. Pois a morte é irremediável.
Naquele instante, vi claramente, a insignificância das nossas pecuinhas terrenas. Entendi que minhas brigas com a esposa não tinham a menor importância dentro do contexto universal em que estamos todos inseridos. Senti vontade de voltar e dizer a ela que os nossos pontos de vista não passavam de mera estupidez. Mas agora era tarde. Chorei e pela primeira vez pedi perdão a Deus.
Discretamente, o rapaz que me atendia até então, afastou-se e, certamente, de propósito me deixou ali sozinho a conversar com minha própria consciência. 
Vi pela janela as estrelas que enfeitavam a noite e embalado em novos sentimentos adormeci!

Carlos Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário